quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Início da Escola de Pais em 2012

Nossos encontros às sextas feiras serão retomados no dia 04/02, que é a primeira sexta feira após o início das aulas. Em 2012 os assuntos serão abordados como na Escola Waldorf: em épocas.
Começaremos com os fundamentos da Antroposofia que sustentam a proposta de desenvolvimento das crianças na escola, dando sequencia nos temas que conversamos nas últimas semanas dos nossos encontros. Depois discutiremos sobre Adicção, que foi um dos assuntos sugeridos em 2011.
Assim que finalizarmos as discussões sobre Adicção, retomaremos o tema da Antroposofia e depois iniciaremos o próximo assunto de interesse.
A antroposofia sempre intercalará os assuntos que o grupo definir como de interesse.
A participação de todos será de extrema importância para enriquecer as nossas dicussões!

Que a luz de Cristo ilumine os corações de todos neste Natal e que o espírito seja revigorado por energias transformadoras que possam em 2012 propiciar o início da mudança que o mundo necessita para estar mais perto de sua parte espiritual.
O jornal O Estado de São Paulo, também publicou uma matéria chamada Almanaque de Férias, com dicas de brincadeiras, no  blog do estadinho: http://blogs.estadao.com.br/estadinho?s=almanaque+de+f%C3%A9riasLá você encontra: 
  • Arte com conchinhas,
  • Tabuleiro de areia,
  • Passeio noturno,
  • Caça ao tesouro,
  • Pião de churrasco,
  • Bolhas de sabão,
  • Piquenique,
  • Acampamento,
  • Amarelinha,
  • Pular elástico,
  • Robô (de sucata),
  • Pente mágico,
  • Dobradura de caranguejo.


 Olhando rapidamente, podemos ver que na ‘Caça ao Tesouro’ no item 4) ‘Quem achar o tesouro primeiro, ganha a brincadeira’  - não é necessariamente o final de uma caça ao tesouro, mas poderia ser apenas: ‘Quem achar o tesouro primeiro, será o pirata responsável por distribuir o tesouro entre todos os participantes de forma justa’ , por exemplo. Mas isto depende de como o adulto introduz a brincadeira; a criança nem precisa ler este comentário do item 4).

Em ‘Piquenique’ as comidinhas não são assim das mais saudáveis para a família que se preocupa com uma boa alimentação... Sabemos que não precisamos de suco de caixinha, nem de pão de queijo, mas há inúmeras opções para um piquenique...
No item 7 – um violão ou uma flauta doce, ou simplesmente nossas crianças acostumadas a cantar desde sempre, substituem o ‘tocador de música digital’...

Em ‘Pente mágico’ a explicação em ‘O que houve?’ é um tanto informal e deixa a desejar para uma criança pequena (que nem vai entender os termos): ‘os prótons da água ficam amarradões nos elétrons soltos e, nessa atração, se movem na direção deles’...  Aliás, para uma criança pequena nem é necessária uma explicação, apenas mostrar a ‘mágica’ da natureza!!!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

MAPA DO BRINCAR - Folha de São Paulo

Em 2009 a Folha de São Paulo criou o projeto " O Mapa do Brincar" , que foi ampliado em 2011.
São várias sugestões de brincadeiras de diversas regiões do Brasil. Acesse http://mapadobrincar.folha.com.br e conheça mais sobre o projeto. Você pode inclusive enviar sugestões de brincadeiras.
Leia abaixo a descrição do projeto, que também consta no site:
O Mapa do Brincar é uma iniciativa da "Folhinha", suplemento infantil do jornal Folha de S.Paulo. O site reúne hoje 750 brincadeiras de todo o país. 
A primeira versão do projeto foi lançada em maio de 2009, quando convidou crianças de todo o país a contar quais são suas brincadeiras. Um dos objetivos era descobrir se há semelhanças e diferenças entre o brincar no Brasil. De maio a julho do mesmo ano, a "Folhinha" recebeu 10.204 inscrições de crianças das cinco regiões do país, com participação maior do Sul e do Sudeste.
Em alguns Estados, a equipe da "Folhinha" também coletou brincadeiras diretamente com as crianças, mas sempre preservando os relatos infantis. Todo esse material enviado (ou coletado) foi lido e analisado por uma equipe de especialistas na área do brincar.
O site ganhou nova versão em dezembro de 2011, quando ampliou o repertório de brincadeiras coletadas pela equipe da "Folhinha" nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Cada brincadeira registrada neste site traz a indicação de sua origem, o que não quer dizer que ela seja só daquele lugar. A origem indica a cidade em que mora o participante que mandou a brincadeira.
Devido à extensão do país e ao rico repertório de brincadeiras das crianças, no entanto, há ainda sempre o que registrar. Por isso, se você conhece brincadeiras (ou variações) da sua região que não estejam no Mapa do Brincar, envie o material para mapadobrincar@uol.com.br. Você também pode enviar memórias do brincar em outras décadas e termos para o glossário das brincadeiras.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Texto da jornalista Elaine Brum sobre os adolescentes

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada


ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais
e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da
Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial,
Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br


Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há
pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que
estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais
despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada
porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as
ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço.
Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque
desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre
muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da
felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em
outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à
tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo
tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos
– bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma
continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe
complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja
lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente
não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte
se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que
ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem
que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso
ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos.
Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova
não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um
questionamento importante para quem está educando uma criança ou um
adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a
felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de
muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem
malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues
– sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem
devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal.
Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos
compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do
viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um
mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com
os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades
individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O
valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é
esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece
já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não
estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina.
Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo,
coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no
país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem
esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem
sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como
percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria
estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a
felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma
pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa
de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido.
Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem
terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm
o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver
é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que
seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e
estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias
que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece
deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce
ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil
e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade.
Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo
para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a
felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais
supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem
sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir
desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos
espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um
reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da
felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto
a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer
equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos
e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo
o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise
olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e
aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos
podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o
sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação
está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir
cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as
mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de
garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a
sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a
novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o
que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem
buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo
funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida
inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance.
Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem
porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar
que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que
move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas
imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam
muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa
da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai
ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se
tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso
pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas
e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a
gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante
quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em
quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa
briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é:
“Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou
confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque
fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que
você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil,
incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a
TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio
doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece
tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar
ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem
nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a
escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir
mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque
com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a
responsabilidade pela sua desistência.

"Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor.
Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo

se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba."

domingo, 4 de dezembro de 2011

Jogos que estimulam o cuidado com o outro e gentileza (3a. parte)

DIGA SIM
5+

O propósito desta atividade é proporcionar a prática de se fazer elogios. Mesmo que a atividade se dê artificialmente, “diga sim” reforça as normas de gentileza e abre oportunidades para que outras formas espontâneas de encorajamento surjam entre as crianças.

O que fazer:

1. Comece a atividade dizendo, “Às vezes achamos muito difícil dizer aquilo que nós gostamos nas outras pessoas. Vocês podem me dizer alguma coisa que  gostam a respeito da sua mãe? E sobre o seu pai? Vamos pensar naquilo que nós gostamos a respeito dos nossos amigos. Discorra sobre o significado da palavra “elogio”. Vocês gostariam de ouvir aquilo que os outros gostam a respeito de vocês?
2. Assim que você tiver um voluntário, dê início a atividade dizendo “ O Chris gostaria de ouvir o que nós achamos ao seu respeito? Chris, eu gosto do seu sorriso aberto todas às vezes que você chega aqui em casa. O seu sorriso realmente me alegra!” O seu elogio deve ser claro, específico e honesto. “Gosto da forma como você ajuda seus amigos a realizarem as tarefas difíceis. Se eu precisar de ajuda, sei que posso contra com você” é melhor do que “ Você é legal com as outras pessoas”, por exemplo.
3. Quando terminar, convide outra criança a descrever aquilo que gosta a respeito do Chris. Se alguém começar a fazer reclamações, você pode responder, “Sim, isso é algo que você gostaria de dizer ao Chris mas desta vez nós vamos apenas falar sobre aquilo que gostamos a respeito das outras pessoas. Dan, o que é que o Chris faz que você gosta? Se a criança não consegue responder espontaneamente, introduza algumas das suas observações a respeito dos dois “Dan, você parece gostar de brincar de bicicleta com o Chris, não é verdade?”
4. Para evitar confusão, peça para que cada criança fale somente na sua vez. 

Jogos que estimulam o cuidado com o outro e gentileza (2a. parte)

VALE BONDADE

4+

Na nossa sociedade materialista, crianças tipicamente associam presentes com algo comprado nas lojas. Mas um presente também pode ser um serviço – como ajudar alguém a fazer uma limpeza – Ou pode ser uma criação – como um desenho ou uma pintura. Essa atividade traz à criança uma outra perspectiva ao que ela recebe através da mídia.

O que fazer:

Ajude as crianças a identificarem o que os amigos ou até membros da família gostariam de receber como  presente. O que é um presente? Enfatize que algo que você faz ao outro com carinho também é  um presente. Pergunte às crianças o que elas poderiam fazer para um membro da família que seria considerado gentil. Dê exemplos partindo da sua própria experiência.
2. Diga às crianças que você irá montar, com a ajuda deles, uma loja de Vale Bondade na qual eles irão fazer esses “vales” que serão oportunamente distribuídos entre os amigos ou familiares.
3. Arrume a mesa com papéis coloridos, cola, tesoura sem ponta, envelopes, lápis de cor e giz de cêra. Ajude as crianças a identificarem o que cada um gostaria de receber. Pelo menos duas coisas para cada um. Exemplo: um abraço carinhoso, uma canção, ajudar a limpar a cozinha.
4. Ajude a criança a escrever aquilo que estaria oferecendo como “vale” e a quem ele se destina. Encorage a  criança a decorar o cartão com um desenho dela oferecendo sua gentileza.

Jogos que estimulam o cuidado com o outro e gentileza (1a. parte)

NÃO CONSIGO VER
3+

Esta atividade introduz a cegueira às crianças As crianças terão a oportunidade de  ver como é a cegueira sem precisar vivenciá-la. Elas também terão a chance de  com muita simplicidade, ajudar ao outro. Você deveria contar com um outro adulto na sala para assistir às crianças caso haja necessidade.

O que fazer:

1. Converse com as crianças sobre a cegueira. Teriam eles já conhecido algum cego? Como os cegos aprendem sobre o mundo ao seu redor? Fale sobre como outros sentidos como o toque, audição e olfato são importantes para as pessoas cegas. Selecione alguns objetos e demonstre às crianças como um cego poderia compreender  cada um.
2. Diga às crianças que você gostaria de fingir que está cega. Durante o tempo que você estiver com os olhos vendados, diga que  gostaria que elas trouxessem objetos da sala para que você possa sentir o seu toque ,cheiro e barulho.
3. Quando terminar, peça que as crianças devolvam os objetos para seu lugar de origem.
4. Depois de explorar cada objeto, retire a venda dos olhos e agradeça as crianças pela sua ajuda. Diga a elas como você se sentiu.

Jogos que estimulam o desenvolvimento da cooperação (3a parte)

FOGUETE
5+

Jogos cooperativos dependem da confiança. Todos são convidados a contribuir até o limite das suas capacidades. Os indivíduos no grupo dependem de que cada um faça a sua parte.

O que fazer:

1. Coloque uma cadeira no centro do círculo. Converse com as crianças por algum tempo sobre aeronaves. “Alguém aqui já viajou de avião? De helicóptero? De foguete? “
2. Diga às crianças que você gostaria que elas fizessem de conta que a cadeira é um foguete. Pergunte se aguém gostaria de experimentar fazer essa viagem. Peça para o voluntário sentar na cadeira.
3. As outras crianças se agrupam ao redor da cadeira, encontrando a melhor maneira de segurá-la. Conte até 10. Ao “fogo!”, todos, com cuidado, erguem a cadeira. Supervisione com atenção e auxilie se necessário. Com o foguete nos ares, peça que dêem uma volta pela sala e voltem até o ponto de partida.
4. Repita com outros voluntários.

Outras idéias:

Repita o mesmo com um tapete fazendo de conta que este é um “tapete mágico”.

Jogos que estimulam o desenvolvimento da cooperação (2a parte)

JOGA NA CESTA 
4+

Apresente situações de brincadeira que sejam desafiantes porém não muito frustrantes. Deixe com que as crianças adequem  o jogo para o nível mais  agradável de dificuldade. Regras rígidas são a marca registrada dos jogos competitivos. Tais regras favorecem apenas as crianças com mais recursos.

O que fazer:

1. Diga para as crianças que você gostaria de dar a elas a oportunidade de trabalharem juntas e  cooperarem umas com as outras. Peça a elas que escolham seus pares.
2. Quando todos estiverem com seus pares, forme duas fileiras , uma em frente a outra. Dê a cada criança de um lado da fileira, uma cesta. Distribua saquinhos de feijão para as crianças do outro lado. Diga aos pares que eles terão que trabalhar juntos, alternando funções. Um joga os saquinhos de feijão e o outro pega com a cesta.

Outras idéias:

Você também pode sugerir que a cesta fique no chão e que  as duplas tentem, uma de cada vez, acertar o saquinho dentro da cesta.

Jogos que estimulam o desenvolvimento da cooperação (1a parte)

FAZENDO MASSINHA PARA MODELAR
3+

Cooperação primeiro se manifesta nas crianças quando elas recebem e dão em troca brinquedos para os adultos. Essa troca tem regras definidas. A criança oferece ao adulto um brinquedo para dar e espera que este seja devolvido imediatamente. Através deste tipo de interação a criança aprende como cooperar com os outros.

O que fazer:

1. Divida o material (farinha de trigo, sal, água, tinta guache) em pequenas porções.
2. Diga para as crianças que você gostaria que elas fizessem massinha de modelar. Eles terão que trabalhar juntos., cooperar, para que a tarefa se realize com sucesso. Distribua os ingredients entre as crianças e peça que cada um vá, aos poucos, adicionando seu ingrediente ao restante. Por exemplo, uma criança adiciona a água, outra o sal, etc à bacia). O grupo pode ir passando a bacia para que cada um tenha vez de adicionar e sovar a massa).
3. Quando terminarem, o grupo pode dividir a massa em porções entre cada criança que estiver sentada à mesa. Depois de terminarem a brincadeira, guarde a massinha restante em recipiente fechado ,na geladeira, para ser reutilizada quando quiserem brincar novamente.

Jogos que estimulam a expressão e lidar com emoções (3a. Parte)

EMOÇÃO E HISTÓRIA
Os  momentos mais importantes e dramáticos de nossas vidas são caracterizados por sentimentos fortes. Nas estórias, flutuações de emoções são críticas no desenvolvimento do plot.

O que fazer:

1. Decida por uma sequência de emoções básicas para sua estória. Neste exemplo a sequência será a seguinte; feliz-triste-medroso-brabo-feliz.
2. Convide as crianças a montarem a estória com você. Comece assim:

Era uma vez uma menina da mesma idade de vocês. Um dia ela se sentiu realmente muito feliz sobre algo que aconteceu com ela. O que vocês acham que aconteceu?

3. Nesta hora, peça para uma das crianças identificar sobre o que a menina da estória está tão feliz. Elabore a idéia da criança na estória e siga em frente. Por exemplo:

Sim, sua mãe  e seu pai, a rainha e o rei, deram à menina, um cachorrinho. O cachorrinho tinha o pelo marrom e comprido, e orelhas longas. Ela deu a ele o nome de Tobi. Juntos, a princesa e o cachorrinho…(descreva o que aconteceu). Então algo triste aconteceu à  princesa. O que vocês acham que aconteceu?

4. Repita o procedimento, elaborando a idéia da criança e seguindo à próxima emoção da sua sequência até o término da estória.

Jogos que estimulam a expressão e lidar com emoções (2a. Parte)

EMOÇÃO E DANÇA

Emoção é energia. Talvez por isso mesmo que é chamada e-moção. A experiência da emoção traz vitalidade e movimento às nossas vidas. Medo, por exemplo, nos ajuda a fugir do perigo; tristeza, a digerir  a perda. Sentir é estar vivo.

O que fazer:
 1. Peça para as crianças ouvirem  pedaços de cada música escolhida por você previamente. Depois de ouvirem cada pedaço de música, pergunte como elas se sentiram enquanto a música estava tocando.
2. Depois que você tocou todas as músicas para as crianças ouvirem, dê a cada uma, um lenço. Convide o grupo para levantar e dançar  enquanto a música estiver tocando. Peça para as crianças dançarem conforme  estiverem sentindo a música.

Outras idéias:
 Dê a cada criança um instrumento musical e peça a elas que o toquem com emoções variadas. Ora triste, ora feliz, raivoso ou assustado.
Peça para as crianças dançarem de mãos juntas  para exercitarem cooperação.
Ou toque uma música enquanto as crianças pintam, e peça a elas que pintem inspiradas na música.

Jogos que estimulam a expressão e lidar com emoções (1a. Parte)

O JOGO DA CARETA
A habilidade de interpretar a linguagem corporal, especialmente a linguagem facial, é chave para se compreender a experiência emocional dos outros. “Ler” o outro corretamente é um aspecto importante da compaixão. A face é a janela para o coração do Homem.

O que fazer:

1. Mostre  cartas ou fotografias com pessoas expressando emoções para as crianças, uma por uma, e pergunte se elas sabem o que  cada pessoa representada está sentindo. Quando terminar, coloque as cartas ou fotos onde todas possam ver.

2. Diga para as crianças que você irá fingir que está se sentindo como uma das pessoas das cartas e que você gostaria que elas adivinhassem como você está se sentindo. Faça uma careta que expresse a emoção que você escolheu. Repita esta atividade várias vezes.

3. Faça uma outra rodada, desta vez enfatizando a linguagem corporal. Por exemplo, você pode tensionar os punhos e bater os pés para demonstrar raiva. Deixe bem claro que você está apenas fingindo.

4. Deixe com que as crianças tenham a oportunidade de expressarem seus sentimentos pedindo a elas que escolham uma emoção e a expressem para que as outras crianças possam adivinhar.

Outras idéias:

Com crianças mais velhas, escolha três emoções básicas. Peça por três voluntários. Cochiche uma emoção no ouvido de cada voluntário ou mostre as cartas. Eles então terão que expressar a emoção através da expressão facial e linguagem corporal para que as outras crianças possam adivinhar.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Jogos que estimulam o desenvolvimento das capacidades e associação, conversação e amizade (3a Parte)

Aqui vai uma sugestão de brincadeira para crianças com mais de 5 anos

A Pessoa Misteriosa
Nesta versão do jogo, as crianças irão depender exclusivamente de pistas verbais para adivinharem a identidade da pessoa misteriosa. Conhecer algo a respeito do outro é uma parte importante da amizade.

O que fazer:

1. Diga para as crianças que você está pensando em uma pessoa do grupo e que você gostaria que eles adivinhassem quem é ela. Você diz que tem pistas para dar que irão ajudá-los a fazer a adivinhação.

2. Selecione você mesma para ser a primeira pessoa a ser adivinhada. Comece dando características comuns a todos e depois gradualmente vá dando pistas de  mais específicas. Por exemplo:

Essa pessoa é maior que uma caixa de sapatos.
Essa pessoa gosta de cantar.
Essa pessoa gosta da cor azul.
Essa pessoa tem dois filhos.

3. A criança levanta a mão quando acha que adivinhou quem é a pessoa.

4. Depois de várias rodadas, convide as crianças a selecionarem alguém do grupo e darem as pistas.

Outras idéias:
 Você pode também ampliar o jogo selecionando pessoas que não estão no grupo mas que são conhecidas por todos.

Nosso Primeiro Encontro

No último dia 05 de novembro ocorreu o nosso primeiro encontro de famílias , promovido por nosso grupo.  O objetivo foi o de podermos confraternizar e experimentar na prática opções de lazer que se constituam em alternativas à mídia eletrônica. A Aline nos cedeu gentilmente a sua casa e pudemos também degustar os deliciosos doces e salgados levados pelas famílias.
Fizemos um “café com prosa” que contou com a participação de alguns pais da Escola Pomar de Ribeirão Pires, que trabalham com teatro e contação de histórias. Tivemos a oportunidade de conhecer o Véio Zuza, Dona Zica e Cia e sonhar com as lindas poesias de Cora Coralina, entre tantas outras coisas.
O nosso café contou também com a animação musical da Ana Paula e seus filhos que envolveram a todos com as canções acompanhadas do violão da Ana Paula.
Foi um encontro especial, marco de tantos outros que nascerão desta iniciativa que só nos trás coisas boas!!

Jogos que estimulam o desenvolvimento das capacidades e associação, conversação e amizade (2a Parte)

Uma sugestão de brincadeira para crianças de maiores de 4 anos:

O Bolso Mágico
Comunicação significa traduzirmos uma idéia numa forma, palavras ou gestos, que pode ser compreendida por outros.
Na vida social, quando tentamos fazer amigos ou resolver conflitos, torna-se crítico darmos vida as idéias através da comunicação.

O que fazer:

1. Diga às crianças que você vai fazer de conta que vai tirar algo mágico do seu bolso. Você também fará de conta que o está usando. Quando você terminar a representação , verá se alguma criança será capaz de adivinhar o que foi que você tirou do bolso.

2. Tire cada um dos objetos sugeridos a baixo do seu bolso imaginário. Convide  uma criança do grupo por vez  a adivinhar o objeto.

Martele o prego
Jogue a bola
Descasque a banana
Coma um sanduiche
Serre a madeira
Corte o papel com a tesoura
Beba algo de um copo

3. Peça para as crianças se revezarem na mesma atividade, tirando objetos de seus bolsos mágicos e tentando adivinhá-los. 

Jogos que estimulam o desenvolvimento das capacidades e associação, conversação e amizade (1a Parte)

Uma boa sugestão de brincadeiras para crianças maiores de 3 anos:

Cantiga dos Nomes
Todas as crianças adoram escutar seu próprio nome falado pelos outros.
Neste jogo, elas  desenvolvem  senso de grupo  ao  associar  o bater das palmas com  seus nomes  e rimas em  uníssono.

O que fazer:

1. Faça uma pequena rima com o nome de cada criança. Por exemplo:

Daniela, Daniela, trouxe a panela.
Luiz, Luiz, ligou o chafariz,
Sara, Sara, fe, fo, fara.
João, João, amassou o pão.

2. Bem devagar, cante cada rima, duas vezes. A primeira vez sozinha e a segunda com o grupo e bata palmas entre o nome e a rima,. Por exemplo:

Daniela, Daniela, (duas palmas)
Trouxe a panela. (duas palmas)
Todos  repetem juntos,
Daniela, Daniela, (duas palmas)
Trouxe a panela. (duas palmas)

3. Olhe diretamente para a criança que está sendo falada.
A velocidade da cantiga e da batida das palmas pode variar.


 Outras idéias:
 Peça para as crianças mais velhas criarem suas próprias rimas ou simplesmente esqueça as rimas e peça que elas digam algo que gostem. Por exemplo:

Maria, Maria, (duas palmas)
Gosta de sorvete. (duas palmas)
Paulo, Paulo, (duas palmas)
Gosta de ler. (duas palmas)

Sugestão: Este jogo é recomendado  para ser feito em família, durante uma viagem de carro.












segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ioga para Crianças - Uma boa sugestão


O livro "Eu adoro Ioga", de Mary  Cryssicas, apresenta fotos ilustrativas de crianças praticando ioga e ensina como prestar atenção no corpo e usar a respiração para relaxar. Já está no segundo volume.

Criando personagens divertidos

Com duas crianças já começa a brincadeira!
1. Cada um tem uma folha de papel e desenha uma cabeça na parte superior da folha.

2. A seguir dobra-se o papel de maneira que a cabeça fique escondida para trás (deixando-a para baixo, de forma que o próximo que vai receber o seu papel não veja a cabeça). Sinaliza-se onde começa o pescoço e passa a folha para a outra criança.

3. O próximo desenha do pescoço até a cintura. Dobra novamente o papel, esconde a cabeça e tórax
para trás e para baixo e indica na parte branca do papel onde é a cintura e passa para outra criança.

4. Este desenha da cintura até o tornozelo e novamente dobra o papel, escondendo o que desenhou e passa para o próximo. Agora só faltam os pés ou calçados!

5. Quando o desenho estiver finalizado, o último que desenhou abre o papel e mostra qual foi o personagem divertido criado por todos os artistas!

Quanto mais criativo cada um for e conseguir desenhar algo diferente, mais divertido na hora de ver o resultado. Por exemplo: pode-se inventar três cabeças que se fundem em um só pescoço, ou mãos que seguram panelas, raquetes ou outros utensílios, ou sapos grudados no casaco do cidadão, enfim... as crianças inventam coisas incríveis nesta hora!

Pulseirinhas da Amizade

Aqui vai a dica de uma diversão garantida que serve para meninos e meninas de diversas idades. São as pulseirinhas da amizade, que podem ser de três cores diferentes.

O livro “Pulseirinhas da Amizade” de Laura Torres, Catapulta Editores, traz dez modelos de pulseirinhas com nós mais complexos. Para uma criança de sete anos, por exemplo, conseguimos fazer a ‘corrente de nó duplo’, na qual se usa duas cores de fios e a criança vai fazendo dois nós com uma cor, dois nós com a outra cor, sucessivamente. Para a pulseira ficar mais visível, usa-se três fios de cada cor, ao invés de um só fio. Então são três fios de uma cor e três fios de outra cor e a criança usa os três fios juntos, como se fosse um só fio de cada cor.

O Despertar da Consciência

Leia o texto que a Ana Paula Cury escreveu em 2009 ao inaugurar a Escola de Pais: http://www.slideshare.net/escoladepaisewrs/o-despertar-da-conscincia?from=share_email

Matéria interessante sobre a Escola Waldorf nos Estados Unidos

Vejam a matéria publicada pelo The New York Times sobre as escolas Waldorf, que mostra que o ambiente sem computadores tem atraído pais de companhias de alta tecnologia como o Google. O Professor Waldemar Setzer fez a tradução: http://www.sab.org.br/pedag-wal/artigos/NYT-Waldorf-Peninsula.htm

Brincadeiras divertidas

Aqui vai uma sugestão de brincadeira que se pode fazer em qualquer tipo de traslado e toda a família pode participar!
Que tal cantarem juntos músicas? Pode ser, por exemplo, alguma música que todos conheçam. Se a família tem uma música que gosta e conhece bem, com melodia fácil, pode-se inventar textos novos para a melodia. O texto pode falar daquela viagem ou excursão, por exemplo. Na próxima viagem, pode-se relembrar a música criada na última viagem e criar novas estrofes. O que vale é a criatividade!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Como tudo começou

Deixamos o registro da apresentação que a Ana Paula Cury fez em 2009, sugerindo a criação da escola de pais. Percebemos que nestes 3 anos de existência muitos frutos foram colhidos e esperamos que o blog seja mais uma ferramenta que contribua com a geração de novas iniciativas! 


A idéia de criar um seminário para Pais na Escola Waldorf Rudolf Steiner já vinha ganhando força há algum tempo com o reconhecimento de que para que esta pedagogia realmente aconteça é necessário contar com educadores (pais e professores) que assumam a responsabilidade por sua própria auto-educação e formem uma parceria consciente e livre em torno do mesmo propósito – o desenvolvimento sadio de nossas crianças. 
Muitos pais, de fato, sentem a necessidade de buscar conhecimento para acompanhar melhor o desenvolvimento dos filhos, sobretudo numa escola cujo currículo está assentado sobre bases tão diversas daquelas que regeram a sua própria vida escolar. Muitos querem compreender melhor a proposta da educação Waldorf e, não encontrando outro encaminhamento para este anseio, acabam se inscrevendo para o Seminário de Formação de Professores Waldorf, mesmo não tendo a intenção de exercer a função.
Sabemos, no entanto, que a necessidade dos pais precisa ser contemplada de um ponto de vista distinto daquele que é tratado no seminário, o qual, realmente, não foi concebido para este fim.
Em 2006, a idéia já constava do Plano de Ação e Macro Objetivos traçados no encontro de Vinhedo. Considerando-se que naquele encontro toda a comunidade esteve representada, creio que podemos assumir a legitimidade da proposta.
Há talvez ainda outra justificativa de caráter mais espiritual. Mesmo em nossa comunidade não estamos livres de situações tão presentes no mundo contemporâneo que evidenciam a manifestação de forças adversárias ao verdadeiro desenvolvimento do ser humano segundo os critérios e valores que esta escola sempre procurou preservar.
Steiner repetidamente exortou à leitura sintomatológica dos acontecimentos -- uma que buscasse suas causas espirituais subjacentes sem cujo conhecimento seria impossível chegar a uma solução efetiva e duradoura. Num exercício de leitura diagnóstica, penso que estas manifestações resultam de um lento e gradual afastamento, ou esquecimento da essência e do espírito que deveria animar esta escola, por um grande número de pessoas.
Esta escola nasceu da vontade de seres humanos imbuídos do espírito antroposófico. Aqueles que atuavam como mestres e também os que a procuravam para confiar seus filhos, na sua maioria, conheciam os fundamentos da Antroposofia e da Pedagogia Waldorf. Com o tempo isto foi se perdendo, se esvaziando, em certa medida, e cedendo a oportunidade para a entrada de forças que hoje se fazem sentir na animalização do corpo no âmbito do querer --visível nos atos de violência, por exemplo; na vegetabilização da alma no âmbito do sentir--que se expressa na falta de escrúpulos, na indiferença, num adormecimento da consciência moral; e na mecanização do espírito no âmbito do pensar – na visão reducionista do ser humano e do mundo, na exposição desmedida à mídia eletrônica, etc. 
Este é o maior ideal da Pedagogia Waldorf. Formar seres humanos livres, capazes de fazer a diferença no mundo. E nós temos a oportunidade de contribuir para a realização deste ideal na medida em que escolhemos para nossos filhos uma escola orientada por esta concepção e princípios. Mas qual é a nossa parte nisso? Será que a reconhecemos e estamos suficientemente compromissados com ela?
Hoje, podemos perceber a crescente manifestação destas três forças adversas, insidiosamente se imiscuindo em nossas vidas, como um desafio real para todos.
Podemos senti-las nos episódios de vandalismo, nas diferentes formas de adicção, nos freqüentes atritos na esfera das relações, na falta de interesse pelas necessidades dos outros, na pouca compaixão, na intolerância, na sexualidade desenfreada e prematura, no uso de entorpecentes como busca de gratificação ou compensação para outras coisas, na visão reducionista, consumista e materialista do mundo e do homem. Elas atuam tal como germes patogênicos que encontrando oportunidade para isso, penetram no organismo social-espiritual, colonizando-o, nele se multiplicando e levando-o a adoecer. Nossos atos cometidos por influência destas forças são como sinais e sintomas de uma infecção anímica. 
Ora, a susceptibilidade de um organismo está ligada a sua baixa imunidade. Quando as defesas orgânicas estão em ordem, quando a salutogênese é praticada, é mais difícil adoecer. Imaginemos agora nossa escola, como um organismo social-espiritual, como um ser vivo.
Que significaria para ele uma boa imunidade? A imunidade é a expressão a nível biológico do senso de identidade e missão de um ser. O sistema imunológico é justamente aquele cujas células procuram distinguir o que é próprio do organismo do que lhe é estranho e então, englobar e eliminar o que não lhe pertence como self. 
Ele funciona como um permanente estado de vigilância e atenção. Como poderíamos então, enquanto organismo social, enquanto comunidade, desenvolver ou adquirir uma boa imunidade, uma capacidade de reconhecer e lidar adequadamente com a presença destas forças adversas?
Como podemos resgatar um senso de IDENTIDADE que nos fortaleça perante os desafios do mundo contemporâneo? Qual a nossa parte e tarefa neste organismo- escola enquanto pais?
Entendemos que ao trabalhar oferecendo aos pais acesso aos conteúdos da antropologia de Steiner e fomentando a auto-educação estaríamos revitalizando também os alicerces espirituais desta comunidade escolar, lembrando sua real identidade e honrando sua missão.


PROPOSTA
A Escola de Pais se traduz em uma série de oficinas – algumas em módulos e outras permanentes - com o intuito de proporcionar aos pais a vivência e fundamentação de elementos da pedagogia Waldorf tal como são experimentados no currículo por seus filhos. Nelas se tem a oportunidade de conhecer o significado e a importância de tais vivências na formação do ser humano.
Assim, já contamos com oficinas de trabalhos manuais, arte da fala, jardinagem, metal, trabalhos em madeira, ginástica Böthmer, oficina para confecção de enxoval do primeiro ano, etc. Há também um grupo de estudos que parte das perguntas e desafios com os quais os pais se defrontam no dia a dia em sua tarefa de educar os filhos. Para estas perguntas tentamos trazer textos e conteúdos antroposóficos que possam lançar luz sobre tais questões possibilitando uma nova prática, que esteja de acordo com a compreensão adquirida. Ou seja, trata-se de uma oficina de labor pessoal onde nos lapidamos e procuramos agir a partir de uma consciência maior do desenvolvimento da criança, suas necessidades reais, e como atendê-las de maneira adequada.
Esperamos com isto dar início a um movimento que fomente a busca por e o compromisso com um desenvolvimento baseado na auto-educação e no conhecimento de conteúdos da Ciência Espiritual de Steiner. Temos a convicção de que isto também trará frutos no âmbito das relações sociais e revitalizará as bases espirituais do nosso caminho interior.